quinta-feira, 29 de maio de 2008

A decisão é no Maracanã

Depois de semanas sem publicar estou de volta. Como de costume, comentando sobre a Libertadores da América. Ontem a noite, o Fluminense foi a Buenos Aires enfrentar o Boca Juniors, seis vezes campeão da competição. Voltou para o Brasil com um belo empate de 2 x 2 na bagagem e agora tem a vantagem do empate em 0 x 0 e 1 x 1.
Como era de se esperar, a pressão inicial do Boca foi avassaladora. A movimentação do ataque argentino confundia a zaga Tricolor. Riquelme era muito mal marcado por Arouca, Maurício não conseguia cobrir as costas de Gabriel e Cícero e Jr. César não defendiam bem do lado esquerdo. A marcação do Fluminense era falha e a superioridade era evidente. Apesar da pressão nos primeiros minutos ser enorme, nas chances que tinha de atacar o Fluminense não vacilava e mostrava-se perigoso nos contra-ataques. Apesar disso, o time não suportou a pressão e sofreu o primeiro gol. Numa saída de bola errada, Riquelme tomou a bola, passou para Palermo que deu passe magistral para Riquelme botar nas redes.

Não fosse a reação relâmpago do Tricolor (tal qual no jogo contra o São Paulo) a situação poderia piorar. Naõ desistindo do ataque, Thiago Neves recebeu falta na lateral direita da área do Boca. Ele mesmo cobrou na cabeça de Thiago Silva que subiu muito e fez o primeiro gol do Fluminense em território argentino. Após o gol, o time do Rio recuou um pouco mais, porém continuava a querer jogar futebol. Todas as oportunidades de ataque, tentava chegar ao gol adversário, sem catimbar ou desistir do jogo. Mesmo com toda a raça brasileira, o time argentino era muito melhor. A fraca marcação do Flu deixava Riquelme com muita liberdade para brilhar. Os passes rápidos mostravam o entroisamento de um time que joga há quase 2 anos juntos. Olhando pausadamente alguns lances do Boca, pode-se perceber que alguns jogadores (principalmente o trio Palermo-Palacio-Riquelme) nem sequer olham para os companheiros para tocar a bola, já sabem o posicionamento deles em campo.
No segundo tempo, o time brasileiro recuou muito, a pressão do Boca tornou-se impressionante. O gol ia se desenhando aos poucos. Arouca não ganhava uma de Roman. Apesar de acertar um pouco mais a marcação e diminuir os espaços deixados nas costas dos laterias, o time abdicou do ataque. Errava as saídas de bola e não conseguia diminuir a pressão do Boca. Num lance na frente da área, o árbitro acusou mão de Jr César. Decisão errada e tomada no "grito". A pressão sobre a arbitragem é grande, dificilmente um árbitro teria uma boa atuação numa partida como aquela. Riquelme demorou 2 minutos para bater a falta. Contou com desvio de Cícero e Romeu. E marcou o seu segundo gol. O estádio Avellaneda explodiu.
No meio dessa empolgação de sua torcida, o técnico Carlos Ichia modificou o time e colocou um time mais ofensivo, buscando uma vitória mais expressiva. Para buscar o resultado o Fluminense voltou a jogar futebol. Ainda sofria pressão do adversário, mas conseguia chegar à área. Thiago Neves chegou em lance perigoso; chutou para a defesa de Miglori, que espalmou para o chute de Washington. O camisa 9 chutou mal para nova defesa do arqueiro argentino. Em outro lance, Jr César fez bela jogada pela esquerda e cruzou para Washington finalizar em cima de Miglori. A insistência Tricolor surtiu efeito, e aos 31 minutos, num chute de Thiago Neves, Miglori falhou bisonhamente. O empate estava feito 2 x 2.
Foi um belíssimo jogo. Não só por serem dois grandes times, mas por possuírem grandes jogadores. Riquelme encantou a qualquer um que gosta de um bom futebol. Jogou muito. Armou jogadas, marcou gols, fez a diferença. A marcação de Arouca não teve nenhum efeito em seu rendimento. Nem mesmo quando tinha três jogadores na cola, ele conseguia se livrar; muitas vezes com seus precisos toques de primeira. Do lado Tricolor, os Thiagos e o goleiro (quem diria) foram os destaques. Depois de inúmeras partidas sem se apresentar bem, Thiago Neves jogou bem. Chamou o jogo, partiu para cima, ajudou na marcação e não amarelou. Thiago Silva foi o de costume: essencial. Além de ajudar a zaga com uma atuação sempre segura, fez o primeiro gol da história do Fluminense na Argentina. Fernando Henrique é que foi o maior destaque. Fez defesas monumentais e importantíssimas para a manutenção do resultado. Especialmente numa cabeçada de Chavez e num chute de Palacio, o camisa 1 Tricolor, mostrou serviço.

Mesmo com a obtenção desse grande resultado, o Fluminense tem um desafio ainda maior na quarta-feira que vem. Todos sabem que o Boca joga muito bem fora de casa. Os resultados contra o Altas e o Cruzeiro mostram isso. Jogar com inteligência e sem se afobar será essencial para conseguir uma vaga na final.

O Fluminense está a um jogo de chegar a decisão da Libertadores, basta um empate sem gols. Aliás, até com 1 x 1 dá Flu na final. Falando assim parece fácil. Poderia até ser, se o adversário não fosse o Boca. O último time brasileiro a eliminar os argentinos em uma Libertadores foi o Santos de Pelé em 63. São 45 anos de escrita.

Mais uma vez a toricda deve comparecer e o time tem que corresponder. Não bastará jogar como jogou na Argentina; o Flu terá que se superar novamente para derrotar o Boca. Sem medo e com muita raça. Somente assim poderemos ter um brasileiro na final. Quarta feira que vem nos vamos descobrir.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Os Opostos Tricolores

Como estou com pouco tempo para escrever no blog, estou postando mais dois textos de outros autores. Um é do brilhante jornalista Sidney Garambone, e o outro é de um torcedor são paulino.
Prometo que vou tentar escrever mais. O tempo está curto. Mas eses textos aí embaixo valem muito a pena. Aproveitem.






O ÚLTIMO MINUTO - Sidney Garambone


Ele se chama Flávio Henrique, e não Fernando Henrique. É como eu, você ou nossos amigos mais próximos. Um apaixonado pelos mistérios do futebol. Atravessou a madrugada aos goles e prantos. Feliz e sentindo-se recompensado pela coragem, pela fé em acreditar no irracional, no inimigo de Descartes.Flávio tinha 12 anos quando o pai o levou ao Maracanã. Era decisão, era contra o Flamengo, e o time dele não era o favorito. O empate dava o título ao rubro-negro. E talvez querendo evitar a primeira dor d´alma do filho, o pai de Flávio largou o terrível “vamos embora meu filho”! Foram, já nas rampas do estádio ouviram o urro da turba, era Assis entrando para a história. Voltaram correndo e passaram a noite vibrando.Pouco mais de uma década depois, já sem pai, Flávio estava novamente no Maracanã, novamente numa decisão, novamente contra o Flamengo. O placar resistia amargo para ele. O empate era rubro-negro e o 2 x 2 parecia ser imutável. Lembrou-se do pai, de Assis, do mistério. Resolveu ir embora antes do apito. As mesmas rampas estavam lá. Mas nada aconteceu. Continuou o périplo rumo ao asfalto. De novo o imponderável. Uma barriga entrou para a história. E Flávio voltou correndo para as arquibancadas. Passou a noite vibrando.Quarta-feira, 21 de maio de 2008. Contra o São Paulo lá estava Flávio, mais uma vez acreditando no time dele, que passou 91 minutos sem a classificação assegurada. Um pouco antes disso ele virou para um velho companheiro de cimento e bradou, confiante: vou embora! Pela terceira vez seu coração traía os próprios olhos. Ouviu impropérios de quem o considerou um covarde. Seguiu indiferente rumo ao anel externo. Comprou uma cerveja, sentou no chão e chorou. Um coroa passou e disse: “Vamos, menino, vamos voltar para lá, ainda dá!”. Flávio recusou, lembrou dos quilos de Nelson Rodrigues que já lera, do Gravatinha, do Sobrenatural de Almeida, do homem fatal de Bicas e acreditou naquelas bobagens que só nós, apaixonados por futebol, acreditamos como a mais pia das verdades.Enquanto isso, uma explosão demográfica na área de Rogério Ceni. Mesmo assim, Washington honra um nome já conhecido pelos refletores, sobe mais que a gigantesca zaga são-paulina, pára no ar como um beija-flor e beija com a testa o couro amarelo. A rede dança, o pranto explode e do breu do túnel de acesso, surge mais uma vez Flávio, tresloucado, rouco e feliz. Com a absoluta certeza de que tudo foi culpa sua.



ÉPICOS - Ricardo Perrone


"Olha, eu estou aqui no Maracanã. Acabei de ver o meu Tricolor perder para o outro Tricolor, estou obviamente triste e não quero escrever nada agora. Só quero registrar que vi um jogo épico, um time que vai ficar pra história por esta simples classificação, contra outro time de altíssimo nível que perdeu pro futebol, pro acaso, pra competência, pro matador, pro Renato ousado e pra uma torcida que, confesso, me deixou muito impressionado. Não pelo número, mas pela fé. Eu nunca vou esquecer o que vi aqui. Nem pelo choro que não contive no final do jogo, quando vi alguns dos caras que eu vejo treinar todo dia sentandos no gramado, e quando entrei na cabine para colocar a manchete na Estação Tricolor. Pior: Eu vi o último gol dentro da torcida do Flu, porque fui fumar.E o que era pra ser mais dolorido se tornou um anestesico. Eu senti ali dentro a emoção e a alegria deles, e, juro por Deus, me dói dizer isso, mas eles mereciam. Como torcedor saio daqui frustrado, magoado, arrasado. Não vou dormir, tenho certeza. Pra se ter idéia do quanto doeu pro time, eu to online com o Alex Silva e ele me conta que 80% do time tá acordado, pensando, mudo. Ele me disse a seguinte frase: "Foi o pior dia da minha vida". Da minha não foi, porque conheci um Maracanã que eu nem sonhava ser tão lindo. Entrei no gramado, vi ídolos… enfim, coisa de apaixonado por futebol. Mas, caros tricolores…Parabéns pra alguns, e calma pra outros.O mundo não acaba por uma derrota. Mas também não gira se continuarem com a tese do "perdemos pra nós mesmos".Hoje não! Perdemos, mas perdemos pra um Fluminense forte, guerreiro e que mereceu passar de fase.Ninguém faz 3 gols no São Paulo. E quando faz, merece passar."



Não quero dizer que concordo com o que está escrito, ou discordo das opiniões. São ótimos exemplares de como razão e paixão se confundem. O futebol é cultura, assim como a literatura. Os dois juntos são arte. E que arte.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Tricolor de Coração

Foi um jogo histórico. Inesquecível.


Estive viajando nos últimos dias, por isso não postei sobre as rodadas da Libertadores.

Por enquanto segue um texto de Mauro Beting, mesclando as crônicas de um dos autores mais brilhantes da história do literatura brasileira.

O Tricolor Nelson Rodrigues.



“Amigos, a humildade acaba aqui. O Fluminense conquistou sua mais bela vitória. E foi também o grande dia do Estádio Mário Filho. A massa ‘pó-de-arroz’ teve o sentimento do triunfo. Vivos e mortos subiram as rampas. Os vivos saíram de suas casas e os mortos de suas tumbas. E, diante da platéia colossal, Fluminense e São Paulo fizeram uma dessas partidas imortais. Daqui a duzentos anos a cidade dirá, mordida de nostalgia: - ‘Aquele jogo da Libertadores!’. Ah, quem não esteve no Maracanã não viveu. Houve, durante noventa minutos, um suspense mortal. Setenta mil pessoas morriam nas arquibancadas.Pelo amor de Deus, não me venham dizer que, no final do jogo, o São Paulo jogou com dez. Eram dez fanáticos dispostos a vencer ou perecer. Mas, dizia eu, que a nossa humildade pára aqui. Passamos toda a jornada com um passarinho em cada ombro e as duras e feias sandálias nos pés.Mas o Fluminense é o vencedor. Desde muito antes. Lembro-me da primeira rodada em que ficamos na ponta. As esquinas e os botecos faziam a piada cruel: - ‘Líder por uma semana’. Olhem para trás. Não houve time mais regular. Mais constante. Mas foi engraçado: - por muito tempo, ninguém acreditou no Fluminense, ninguém.Houve lances que escapariam à vidência até de um Maomé, até de um Moisés de Cecil B. de Mille. Lembro-me de um momento em que Rogério Ceni estava batido irremediavelmente. O arco são-paulino abria seus sete metros e quebrados. E que fez Thiago Neves? Consumou o gol de cambaxirra? Simplesmente, Thiago Neves deu a bola de bandeja para fora do gol. E foi preciso que Washington, o goleador por nós mais esperado que um Moisés, marcasse aquele que seria o gol da vitória, da doce e santa classificação. E o São Paulo não empatou mais, nunca mais.Não acredito em futebol sem sorte. Digo mais: - sem esse mínimo de sorte, o sujeito não consegue nem chupar um Chica-Bon, o sujeito acaba engolindo o pauzinho do sorvete. E o Fluminense estava jogando sem uma ínfima gota de sorte até anteontem.Amigos, a grande verdade: - a obra-prima, no futebol e na arte, tem de ser imperfeita. A partir do momento em que o Fluminense deixou de ser tão estilista, tão Flaubert, os gols começaram a jorrar aos borbotões.Agora e a pergunta: - e o personagem da conquista? Podia ser cada um. Mas entendo que desta vez o personagem deve ser o time. Do goleiro ao ponta. Todos, todos mostraram uma alma, uma paixão, um ímpeto inexcedíveis".

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Europa é Vermelha

Na última quarta-feira, dia 21 de maio de 2008, vai ficar marcado na história do clube mais rico do mundo, o Manchester United. Os ingleses ganharam pela 3ª vez a Liga dos Campeões e com toda justiça. Foi o melhor time da temporada na Europa, tem o melhor jogador do mundo da atualidade e não perdeu nenhuma partida na competição. Se alguém acha que esse título não foi justo, realmente não acompanhou o futebol de continente europeu. O Chelsea por sua vez, ficou vice para os Reds por duas vezes seguidas. A primeira no campeonato Inglês. A segunda, agora, na Champions. Mas os Blues não precisam ficar cabisbaixos. Fizeram uma temporada muito boa e disputou todos os principais torneios até o final. Parabéns ao Manchester e a Cristiano Ronaldo, que convenhamos, vai ganhar o título de melhor do mundo promovido pela FIFA. A festa da entidade maior do futebol deverá acontecer em dezembro.

Na quarta-feira o mundo parou para ver o duelo de clubes ingleses. O último confronto de times do mesmo país aconteceu em 2003 (temporada 2002/2003), quando Milan e Juventus disputaram a final. Milan nos pênaltis se consagrou. Voltando a 2008, a final antes ja prometia ser jogão. E a abertura da final em Moscou foi linda. A festa deu o ar da graça antes das estrelas entrarem em campo. O jogo foi corrido durante o tempo todo. No começo da partida ainda houve um pouco de estudo de ambas as partes e muito chutão. Mas depois o Manchester começou a dominar a partida. E não demorou muito para os Reds abrirem o placar. E a jogada saiu da perna esquerda, que não é a boa, de Brown (quem diria). A pelota encontrou a cabeça do melhor. Cristiano Ronaldo abria o placar. A partir daí o que se viu até o final do jogo, foi um domínio do Chelsea. No final da primeira etapa, em jogada de sorte, os Blues empataram com Lampard. O segundo tempo o Chelsea deu o dobro de chutes do Manchester. Mas encontrava Van der Saar no meio do caminho. Ferdinand era outro que fazia uma bela partida. O Manchester teve suas chances e a melhor de todas foi bem no finalzinho da segunda etapa. Giggs ganhou uma passe açucarado de Evra, que fez bela jogada pela esquerda, o veterano bateu para o gol, mas Terry salvou o Blues.
A prorrogação foi o esperado. Ninguém queria se expor e o cansaço ajudou para que as chances de gols ficassem rarar. Aconteceram, mas não acabou dando em nada. O jogo foi para os pênaltis. Ai entra a loteria. As cobranças estavam indo bem, 2 a 2 e parecia que ia longe. Todos batiam bem. Ai chegou a vez do melhor da temporada. Ronaldo ajeitou a bola, fez pose e... Bateu nas mãos de Peter Chech. O português quase chorava no momento e ia chorar no final das contas. E agora chegava o momento da última cobrança. Se fizesse, Chelsea ia se consagrar campeão depois de bater tanto na trave. E em direção a bola ia o salvador da pátria do Blues. Terry, lembra dele no final do segundo tempo? Exatamente. A torcida já se preparava para gritar e ai... Ele escorrega, paga mico e perde a penalidade. O Manchester volta a parada e vence a disputa por 6 a 5. Cristiano chorava no meio campo, claro, enxergando a tamanha sorte que deu. Se perdesse veria tudo que construiu na temporada desmoronar.
Agora é esperar. Quem será que pegará o Manchester numa provável final de Mundial. Esperemos que seja um brasileiro. E se for ele será o Fluminense. Boa sorte ao Tricolor Carioca, que diante do São Paulo, fez uma noite de quarta-feira inesquecível para o futebol brasileiro e principalmente para os 80 mil tricolores que lotaram o Maraca.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sobraram 4!

E a Copa do Brasil vai chegando na reta final. Emocionante, o caminho mais curto para a Libertadores promete ter duelos de arrepiar. As semis estão decididas. Botafogo, Corinthians, Sport e Vasco estão nelas. Há alguns dias atrás, fiz um post dando meus pitacos sobre quem se classificaria, e acertei todos. Nem todos os jogos eram previsíveis. Vasco tinha o confronto teoricamente mais fácil e passou com tranquilidade. Corinthians enfrentou um adversário que costuma ser uma pedra no seu sapato. Mas também não viu dificuldades. Botafogo mesmo sendo muito superior passou com muito sufoco pelo Atlético/MG. O time dirigido por Cuca, não faz uma boa partida desde a final da Taça Rio contra o Fluminense. O Sport que pra muita gente foi uma surpresa, pra mim não foi. Os pernambucanos estão entosados, jogando muito bem e conta com uma fase espetacular de Romerito. E olha que ele não jogou ontem. Agora os confrontos estão decididos e o sorteio para ver a ordem já foi feito pela CBF. Sport e Vasco fazem o primeiro jogo na Ilha do Retire, Pernambuco. O Corinthians decide em "casa"(Morumbi) contra o Botafogo. Vamos lá para os pitacos novamente.

SPORT X VASCO

Duelo complicadissimo e que promete muitas emoções. O Sport nesse ano vem para ser a zebra do Brasileiro e mostra muita disposição na Copa do Brasil. Contra o Inter, passou na base da técnica e muito mais ainda da raça. Jogou com um a menos e mesmo assim passou pelo forte time de Abel Braga. É com certeza o favorito a levar a taça pra casa. Romerito atravessa seu melhor momento na carreira. Carlinhos Bala é o jogador mais chato de marcar hoje no futebol brasileiro. Os Rubro Negros vão partir com tudo pra cima do Vasco dentro de casa. Perdeu Luciano Henrique (bom jogador) expulso, mas ganha o reforço de Romerito novamente. O Vasco começou a engrenar. O time consegue seus melhores acertos e o ataque é de dar muito medo. Edmundo vem fazendo diferença e a volta do excelente Leandro Amaral é garantia de gols no clube de São Januário. O problema continua na zaga. Muito fraca. Vasco precisa urgentemente contratar zagueiros melhores e volantes também. Mas Antonio Lopes sempre que passa pelo time consegue arrancar boas vitórias. Se conseguir segurar o Sport fora de casa, vão ter ótimas chances de se classificarem. Acho que vai ser o duelo mais duro da Copa.
Quem passa? Sport
BOTAFOGO X CORINTHIANS

As duas equipes vivem momentos distintos nesses últimos jogos. Enquanto os cariocas veem o seu futebol caindo de produção, o dos paulistas estão crescendo cada vez mais. O Botafogo passa por uma fase bem ruim. Seu maestro, Lúcio Flávio, vem fazendo partidas lamentáveis e Jorge Henrique (destaque no início da temporada) esqueceu o que é jogar futebol. Aliás praticamente o time todo. Aquele futebol vistoso e bonito sumiu. O time sente muito a falta de Triguinho, machucado desde a Taça Rio. E pra piorar, perdeu seu melhor jogador do ano, Diguinho. O volante tomou o 3º cartão amarelo e está fora da primeira partida. O que o torcedor pode comemorar é a excelente fase que passa a dupla de zaga Renato Silva (quem diria) e André Luis, prova disso são 3 partidas sem tomar gol. O primeiro ressurgiu das cinzas e está jogando muito. Contra o Galo não perdeu nenhuma bola e mostrou muita raça. O segundo é muito seguro e sério. Quando tem que dar chutão, não tem vergonha. Aliás o jovem goleiro Renan vai encantando os olhos do torcedor Alvinegro. Com apenas 18 anos ta pegando muito. No lado do Corinthians é só alegria. No gol tem um dos melhores goleiros do Brasil. A zaga é o que deixa a desejar ainda. Um pouco lenta. No meio Diogo Rincón vem jogando bem e sempre ajudado pelo ótimo jogador que é André Santos. O lateral esquerdo do Timão ta jogando muita bola também. Lá na frente Dentinho incomoda bastante. Driblador o jovem atacante é promessa de grande jogador. Herrera lembra os tempos de Tevez, correndo e ajudando muito na marcação. Bem melhor arrumado que o Bota, o Corinthians vem como favorito para esse duelo.

Quem passa? Corinthians

São Paulo sai na frente

No primeiro jogo das quartas-de-final entre São Paulo e Fluminense, o tricolor paulista largou na frente. Com um gol de Adriano, o São Paulo leva para o Rio a vantagem de jogar por um empate, e pode até perder por um gol, contanto que faça um no Maracanã.

O suspense do jogo começou logo nas escalações. Murici não tinha confirmado a presença de Jorge Wagner, e Renato não tinha confirmado a de Dodô. Acabou que Jorge Wagner não jogou e Dodô foi a campo. O técnico do Flu optou por sacar Conca e colocar o atacante, no intuito de preencher o meio campo com Arouca e Cícero, e sair na velocidade com Thiago Neves. Opção errada. Murici, inteligentemente, escalou o São Paulo com três zagueiros, com Zé Luís fazendo a cobertura de Alex Silva e Miranda. Fábio Santos foi escalado para anular Thiago Neves, e os zagueiros anularem os dois centroavantes, Dodô e Washington. Opção correta de Murici.


A pressão são paulina nos primeiros minutos foi avassaladora. O time do Fluminense não passava do meio campo. Thiago Neves apanhava da bola, quando conseguia domina-la, Fábio Santos estava na sua cola. Com Adriano em noite inspirada, o São Paulo não demorou muito para assustar os cariocas. Depois de tabela com Dagoberto, Adriano soltou um balaço em direção ao gol de Fernando Henrique que defendeu de forma esquisita. A 'blitz' não parou por aí, e aos 19 minutos depois de uma falha conjunta da defesa (Gabriel -errou ao centralizar demais na marcação-, Ygor-errou na cobertura de Gabriel- e Fernando Henrique-errou pela 3° vez seguida ao espalmar uma bola pro meio da área-.) Dagoberto chutou, o goleiro espalmou e Adriano só empurrou pras redes. No primeiro tempo, o tricolor paulista ainda podia ter feito mais gols, não aproveitou a superioridade e foi pro intervalo com o 1x0.

No segundo tempo, Renato Gaúcho insistiu na escalação e voltou sem modificações. Murici fez o mesmo, mas a postura dos dois times mudou. O Fluminense ficava mais com a bola no pé e tentava impôr o seu ritmo de jogo, e o São Paulo esparava o Flu em seu campo. Poucas eram as vezes em que a marcação do São Paulo ocorria na frente da zaga Tricolor. Apesar de ficar muito mais tempo com a bola, o Flu não tinha velocidade nem volume de jogo para penetrar a boa marcação imposta pelo time de Murici Ramalho. Fábio Santos não deixava Thiago Neves jogar, Washington e Dodô eram nulos no ataque, e Gabriel e Júnior César estavam mais preocupados em marcar do que atacar; dessa maneira os ataques do Fluminense eram escassos.

Na metade do segundo tempo Renato Gaúcho tentou se redimir e tirou um péssimo Thiago Neves (deu somente um chute perigoso ao gol e mais nada) e colocou o argentino Darío Conca. O meio campo do Flu ganhou em velocidade e disposição. Correndo e lutando bastante, Conca mudou a cara do meio campo do Flu, mas ainda era pouco, somente ele não tinha como penetrar a zaga são paulina. Num dos pouquíssimos ataques dos paulistas, Roger falhou e Adriano tocou para Dagoberto que chutou por cima. Mais uma importantíssima chance perdida. Daí pra frente o resultado parecia satisfatório para ambas as equipes. Num belo lance, o argentino Conca ainda tentou marcar o seu mas não foi possível.


A força e a raça do São Paulo venceram a técnica e a lentidão do Fluminense. A força estava expressa em Adriano. Não perdeu uma bola sequer no alto, dominava todas. Numa disputa de bola com Roger, jogou o experiente zagueiro longe. A raça de Richarlyson (compensou a má fase técnica com muita vontade) e do restante da zaga paulista era impressionante, não existia bola perdida. Tudo isso para compensar uma falta de técnica explícita. Além disso o número de faltas do time do São Paulo é muito alto; com a complacência do árbitro Oscar Ruiz (atuação ruim) achou mais uma brecha para encaixar seu esquema de jogo. Na maioria das jogadas o São Paulo procurava Adriano pelo alto, seja em cruzamentos na área ou em longos lançamentos vindos do próprio campo. Com seu porte, o atacante dominava a bola e (por incrível que pareça) organizava o jogo.

Constrastando com a vontade do São Paulo, a apatia do time carioca no primeiro tempo por pouco não lhe custou mais caro. Completamente dominado pelo mandante nos primeiros minutos de jogo, o Fluminense se safou de ter a vaga quase que perdida no primeiro jogo. Levar somente um gol foi um resultado bom para a atuação do time. Thiago Neves, Washington e Dodô continuam devendo. O 'chilique' que o camisa 10 deu ao sair substituído por Conca foi ridículo. Compreensível, mas ridículo. O estilo de jogo muito mais técnico do Flu ficou evidente no segundo tempo quando o time tentava tocar mais a bola. Porém para ultrapassar a zaga do São Paulo é necessário, além de muita técnica, vontade e raça.

O resultado do primeiro jogo não foi nada fora do previsto, por isso, o São Paulo continua favorito. Tem mais experiência em competições como a Libertadores, possui um time mais brigador e a melhor defesa da competição. Alex Silva e Miranda estão afinados. Dagoberto e Adriano continuarão a deixar a defesa carioca preocupada. A classificação está mais perto do Morumbi.
Pelo lado do Fluminense as condições são mais complicadas. O clube possui jogadores de ótima técnica e talentosos, mas não basta só isso. O Tricolor das Laranjeiras vai ter que jogar muita bola. Somente se superando o resultado poderá ir para o Rio de Janeiro. A torcida deve comparecer em peso, como fez no Morumbi (sobrepondo-se por diversas vezes a voz dos 60 mil são paulinos presentes), para apoiar o time de Renato Gaúcho.

Confira o gol de Adriano.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Papo no Cartola FC



Galera, pra quem lê o Papo Boleiro nós temos uma novidade.


Nós do blog fizemos uma liga no "fantasy game" do site da Globo.com, o Cartola F.C.


Nesse jogo você escala o seu time a cada rodada do Campeonato Brasileiro, com os jagdores que você quiser. De acordo com o desempenho deles a pontuação e o patrimônio do seu time vai aumentando, podendo ganhar prêmios e outras "cositas mais".


O nome da nossa liga é "Papo Boleiro". É simples e fácil de jogar. Basta entrar, fazer seu cadastro e procurar a nossa liga, com o nome acima.


Se algum de vocês assistiu jogo do brasileiro pelo Sportv, pôde perceber que eles já divulgam a pontuação de cada jogador durante a transmissão.



Clique aqui http://cartolafc.globo.com/ e entre lá.


Primeira Rodada do Brasileirão

Coritiba x Palmeiras



No confronto entre os campeões (rolou até troca de faixas) paranaese e paulista, quem se deu melhor foi o Coxa. Ambos estrearam o novo uniforme, mas a estréia que chamou mais atenção foi a do meia Michael. Os holofotes estavam todos em Keirrisson, mas quem decidiu foi o pequenino camisa 11. Abusado e habilidoso, Michael foi decisivo nos gols do Coritiba. No primeiro a tabela com Hugo (subsitituto de Keirrisson) acabou nas redes de Marcos. E o segundo gol teve direito a corte seco em Henrique e depois deixou Hugo na cara do gol.


O meia ainda levou faltas duras que deveriam ter expulsado Élder Granja e Sandro. Falando em Denílson, não sei se alguém percebeu, mas logo depois que Michael recebu falta dura de Sandro, o jogador palmeirense foi reclamar com Michael pelas firulas. Quem diria, um dos jogadores mais firulentos do futebol brasileiro, pedindo pra parar de fazer isso. "Pimenta no olho dos outros é refresco".Mas ainda bem que Michael não parou e foi subsituído sob aplausos dos 33.432 mil pagantes presentes no Couto Pereira. Valdívia não jogou nada, e Diego Souza foi expulso depois de entrar violentamente em Carlinhos Paraíba. Esse time do Coxa mostra que não veio para disputar a vaga somente na primeira divisão. Parece que o Coritiba veio pra ficar. Vamos esperar um tempo, mas o time de Dorival Júnior está arrumadinho.

Quanto ao Palmeiras foi o primeiro revés na competição. Nada que abale o favoritismo do clube, mas já mostra que a competição vai ser extremamente equilibrada. Só uma curiosidade: com os cabelos todos raspados (devido a aposta que dizia que se ganhassem o paulista todos ficariam carecas) fica complicado saber quem é quem. Martinez e Élder Granja eram iguais, e com a camisa mais chamativa do mundo, ficava mais complicado ainda. Como brilha essa camisa!
Confira abaixo os melhores momentos.


Atlético-MG x Fluminense

O único 0x0 da rodada aconteceu no Mineirão. O time do Galo empatou com o time de reservas/juniores do Fluminense. O jogo foi monótono e lento durante todo o primeiro tempo. Continuou no mesmo ritmo até os 20 do segundo tempo, quando o Galo deixou a defesa toda aberta e os garotos do Flu não fizeram gols por pura falta de calma e experiência.
Pro torcedor atléticano fica aquela sensação de alerta. Como o time alvinegro é ruim. Tudo bem que estava sem Danilinho e Marques, mas não é possível que um time dependa tanto de jogadores medianos como Danilinho e Marques. A defesa é atabalhoada (Marcos e Vinícius), o meio é lento e carece de técnica (só Pet salva, mas com 35 anos num dá mais pra carregar um time), sem contar que o ataque não existe (o garoto Renan e o boliviano Castillo- que perdeu um gol incrível). Geninho não deve durar muito no comando, a torcida está extremamente insatisfeita. O Galo tem que abrir os olhos, parece que a goleada para o maior rival no ano do centenário ainda não foi o suficiente para isso.

Para o lado Tricolor, ficou a satisfação de saber que tem bons valores em Xerém. A dupla de zaga que jogou ontem tem futuro. Sandro e Anderson. O primeiro foi praticamente perfeito. Perdeu pouquíssimas bolas e jogou sério quando necessário. O segundo vacilou uma ou outra ves mas não comprometeu a boa atuação. Dieguinho ainda mostrou estar verde para o time de profissionais, da mesma maneira que Marinho. Allan, o atacante, já havia atuado duas vezes pelo time profissinnal e marcou 3 gols, nesse jogo fez o seu 4 mas foi inexplicavelmente anulado pelo juiz.
Apesar de o empate ter sido recebido com alegria pela comissão técnica, para o torcedor teve uma pontada de frustração. O time do Atlético Mineiro é muito fraco e com um pouco mais de calma o resultado viria.
Confira os melhores momentos.



O Brasileirão começou e promete. Muitos times vão estar na briga pelo título. Vai ser um dos mais equilibrados dos últimos anos, quando o São Paulo teve certa vantagem. Hoje parece que os times estão mais parelhos e com um planejamento.


Todas as rodadas estarão aqui no Papo Boleiro, acompanhe e comente com a gente!

domingo, 11 de maio de 2008

Pequena Prévia do Brasileirao

Ontem iniciou-se mais uma saga dos clubes brasileiros em busca do título do torneio mais disputado do mundo. O Brasileirão começa com seu charme, seus jogos sempre duros, polêmicas e muito, mas muito futebol. São 20 clubes na disputa pelo primeiro lugar, por 4 vagas na Libertadores e outras 8 para a Copa Sul-Americana. E a tão temível zona de rebaixamento que credencia os 4 últimos colocados a disputar a dificílima série B. O Campeonato Brasileiro sempre recebeu o título de competição mais disputado pelo grande número de times que possuem chances de serem campeões. Alguns mais favoritos que outros. Outros que precisam vencer para recuperar o primeiro semestre perdido. Está começando o show de bola no Brasil.

Não dá para ficar analisando time por time. Então seria melhor fazer um resumão do que pode vir a ser esse campeonato. Geralmente nas mesas de discussão sobre futebol, seja aonde for, TV, em um bar, em casa, na rádio, enfim, em qualquer lugar, a discussão começa para saber os grandes favoritos a levantar o troféu. Hoje vamos começar lá de baixo. Quem deve brigar para não rebaixar. É claro que é dificil dar prognósticos de um campeonato tão disputado como é esse, mas alguns times estão (ou melhor, não estao) mostrando um futebol abaixo do esperado. Times como Atlético-MG, Goiás, Ipatinga, Grêmio e Vasco se não mostrarem uma melhora, devem disputar para fugir da zona da degola. O Galo mineiro parece ter um dos times mais fracos, dos chamados "grandes". O Verdão de goiânia é candidato sérissimo a rebaixar, ontem ja começou sua difícil saga, contra o Náutico. Resultado? Perdeu. O Ipatinga, esse sim, deve ser o América-RN de 2007 em uma versão mais recente, a de 2008. Rebaixado no estadual do seu estado, tem o time mais fraco da série A. O Grêmio surpreendeu ontem (nem tanto) e venceu o time do São Paulo em pleno Morumbi. Muitos vão me perguntar: e você ainda acha que ele é candidato ao rebaixamento? E eu digo que sim. Ontem o Tricolor paulista, jogou uma partida horrorosa. E sem falar que Muricy colocou um mistão. Mas o time do Grêmio é muito fraquinho, salve Léo, zagueiro que tem futuro. O Vasco desses que eu listei é o que menos tem chance de fazer um campeonato pífio. Vem melhorando aos poucos e foi o que recebeu o melhor reforço até agora. Leandro Amaral com certeza vai mudar muita coisa em São Januário.

Lá na parte intermediária da tabela muitos times vão disputar uma vaguinha na Sul-Americana, às vezes até sentir medo de rebaixamento e até (porque não?) sonhar com uma Libertadores. Aí te digo, são MUITOS times. Náutico, Atlético-PR, Botafogo, Coritiba, Figueirense, Portuguesa, Santos e Vitória. O primeiro, promete fazer um campeonato bom, manteve o técnico que para mim é uma revelação, Roberto Fernandes, e tem bons valores no elenco. Não sonha tão alto e nem corre riscos. Ontem já começou bem, vencendo o Goiás. O Furacão que é uma incógnita total. Fez um começo de temporada fantástico. Estava jogando muito bem. De repente, começou a cair de produção assustadoramente. Saiu na primeira fase da Copa do Brasil e perdeu o estadual pro rival Coritiba. Esse deve ficar na intermediária mesmo. Mas se brincar, pode lutar pra não cair. O Botafogo é outra incognita, mas por motivos diferentes. Começou o ano muito bem, continuou bem e nos últimos jogos, fez partidas bem ruins. Mas a dúvida é quanto a permanência de seu treinador. Se esse sair, é candidato sério ao rebaixamento, se o mesmo continuar deve disputar a vaga na Sul-Americana e se os reforços prometidos chegarem, uma possível vaguinha na Libertadores. O Coxa é dos times que, desculpe os termos, mas é o que parece mais se adequar no momento, "não fede e nem cheira". Deve disputar uma vaguinha na Sul-America no máximo. Figueirense é um time que sempre incomoda, desde que subiu para a divisão de elite. Deve conseguir uma vaga na Sul-Americana. A Lusa é candidata a ficar entre a Sul-Americana e o rebaixamento. Mas a volta de Diogo e Preto ao time, devem da uma engrenada nesse time. O Santos é o time mais surpreendente da temporada. Começou mal das pernas e hoje joga um futebol muito objetivo e nas mãos de Leão pode dar caldo. Deve disputar a Libertadores, mas como é muito cedo para falar alguma coisa, ainda acho que não tem plantel pra chegar muito longe. Conta ao seu favor Molina (apesar de irregular é ótimo jogador) e Kléber Pereira, que apesar de precisar perder 20 gols pra fazer 1, é um dos melhores atacantes do Brasileirão. O Vitória é mais um da série: "Não fede e nem cheira". Ontem começou mal, perdeu por 2 a 0 em casa para o Cruzeiro. Mas da tempo para recuperar. Esse é aquele que precisa temer um pouco o G4 de baixo.

Agora talvez o momento mais desejado por todos. A lista dos que devem disputar título e/ou libertadores. Esse ano promete uma briga mais acirrada ainda. Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Internacional, Palmeiras, Sport e São Paulo. Vou começar pela supresa da lista. Muitos irão dizer que estou louco, que estou vendo coisas demais nesse time, mas o Sport promete e muito. Não acho que vai disputar título, mas Libertadores dá pra sonhar facilmente. Todo ano, o Brasileiro tem um time que não está na lista dos "grandes" que incomoda e chega longe. Esse ano é a vez dos pernambucanos. Joga fácil, tem a belíssima fase de Romerito e bons jogadores no elenco. É candidato a zebra pra muitos, mas não para mim. Cruzeiro começou bem ontem, vencendo (citado no parágrafo acima). Conta com o excelente atacante Marcelo Moreno, que marcou o seu e foi expulso ontem. Sem contar o Ramires. "Volantasso". Não tem um grande elenco, mas tem boas peças. Flamengo... O Flamengo... é meus caros, um vexame pode mudar muita coisa. Mas é o time com um dos melhores elencos do torneio. E um dos favoritos ao título sem dúvidas. Caio Júnior deve arrumar a casa, mas ele sofre do mesmo mal do técnico do rival Botafogo, o Cuca. Não consegue ganhar nada. Mas Flamengo é... Flamengo, maior torcida do mundo, uma pressão enorme e lá vão os rubro-negros disputarem o título. O Tricolor carioca vem por fora na disputa do título. Por um pequeno motivo. Técnico. Se mudar, para um melhor obviamente, promete ser osso duro de roer para todos. Tem grande elenco, jogadores que desequilibram a qualquer momento. Mas Renato Gaúcho não conseguiu até hoje dar um padrão de jogo ao Flu. Mas Libertadores, bem provável que fique nas Laranjeiras. Internacional vem para disputar a vaga na competição mais querida da América do Sul. Mas se brincar, pode disputar o título. Nilmar ainda não é o mesmo, mas quando voltar a jogar a bola, é o melhor reforço do Brasileirão. Palmeiras para mim é maior candidato ao título. Tem o melhor técnico do Brasil que diga-se de passagem, tem 5 títulos do Brasileiro. Elenco excepcional, talvez o melhor. O São Paulo que promete ser a decepção do campeonato. Ainda acho que vai disputar a Libertadores. Mas se der mancada, vai ficar na zona intermediária.

Dar qualquer palpite, prognóstico, ou qualquer coisa do gênero é delicado. Ninguém tem bola de cristal pra dar com extrema certeza o que vai acontecer. Dá para notar algumas coisas e perceber o que PODERÁ a vir a ser. Ainda mais que no meio do ano, com a janela de mercado da Europa abrindo, muitos times perdem peças importantes e o campeonato às vezes da uma reviravolta. Mas o que com certeza podemos dizer, é um campeonato muito emocionante, disputado e brigado. 2008 promete muito!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A Queda - As Últimas Horas de Joel

Ontem de tarde estava revendendo meus palpites sobre os resultados das oitavas. Errei quase a metade. Mas o que eu menos esperava errar, ainda mais depois do primeiro jogo, era o do confronto Flamengo e América. O time mexicano é o penúltimo do campeonato mexicano, possui um time fraco, recheado de medalhões, conta somente com o talento do goleiro Ochôa e a experiência do paraguaio rechonchudo, Cabañas.

Depois do jogo de ontem a noite, uma verdade já dita por tantos outros escritores passou pela minha cabeça. O futebol é uma caixinha de surpresas. Pela imprevisibilidade do seu jogo, o futebol se torna o esporte mais fascinante entre todos. Nada, absolutamente nada pode ser dito como certeza antes do apito final. A torcida do Flamengo sentiu ontem na pele uma sensação que nunca sentiu em toda sua gloriosa história. O salto-alto e a soberba superaram qualquer disciplina e talento que os jogadores rubro-negros possuíam. A festa de despedida para Joel se tornou um pesadelo. Jogadores chorando, torcedores revoltados, a diretoria estarrecida. O Maracanazzo voltava a acontecer 58 anos depois, agora com o Flamengo.

Contagiados pelo clima de festa, o time de Joel jogava como se estivesse numa partida comemorativa. Para não mudar muito do usual, Souza perdia gols a rodo. Eis que 20 minutos, num belo chute Cabañas abre o placar; 1x0 América do México. Logicamente que a torcida esperava que o time fosse controlar a partida e fazer o gol que praticamente acabaria com qualquer chance do América, certo? Certíssimo, somente a torcida. Os jogadores ainda estavam anestesiados pelas homenagens ao técnico que ia embora. Talvez o próximo baque os acordaria. Aos 38 Esqueda, em contra-ataque mortal amplia o placar. Como pode um time que joga com o resultado na mão, podendo perder de 2x0, leva um gol num contra-ataque absurdo? Ah, é o imponderável, segundo Kléber Leite.

No segundo tempo, a certeza de que um gol viria estava no grito da torcida. Porém a cada gol perdido por Souza e companhia a nação rubro-negra se irritava. Gritos de Obina começavam a ecoar no Maior do Mundo. Então o Anjo Negro da Gávea entra. Um alívio, Obina em campo é certeza de gol importante. Então passaram-se muitos minutos e as chances claras de gol que apareciam eram desperdiçadas. As trapalhadas de Souza tinham agora a companhia de Marcinho, Juan, Diego Tardelli (que o substituiu) e Obina. A torcida continuava a incentivar, mas a bola não entrava, o time não conseguia produzir. Num contra-ataque despretensioso, Cabañas sofre falta de Toró. Longe do gol. Muito difícil aquela bola entrar. Obina tratou de involuntariamente ajudar Cabañas. Num chute forte, a bola desviou no atacante e foi para as redes do goleiro Bruno. A tragédia parecia começar ali. No rosto dos jogadores flamenguistas, somente naquele instante parecia possível a eliminação. E melancolicamente ela veio. Com Juan perdendo a cabeça e sendo expulso. Bruno saindo chorando para os vestiários. Chrisitan sem palavras. Joel com os olhos marejados. Nem pela cabeça do mexicano mais otimista, a possibilidade da classificação era tomada como certa. O improvável, o imponderável (?), o impossível aconteceu.


O Flamengo foi do céu ao inferno em pouco mais de 90 minutos. Entraram em campo como campeões cariocas e pensando no confronto contra o Santos ou Cúcuta. Esqueceram que do outro lado existia um time que jogava futebol, tinha uma torcida apaixonada e história no futebol. Como de costume tudo no Flamengo toma uma proporção maior do que a real, e assim foi no jogo de ontem. O Flamengo entrou como campeão carioca, achando que tinha sido campeão do mundo. Esqueceu que todo adversário merece respeito. Esqueceu que não é maior que ninguém apesar da gigantesca torcida. Esqueceu do que aconteceu ano passado contra o Defensor.

Apesar do fiasco o time ainda tem um dos melhores elencos do Brasil e vai como um dos favoritos ao título do Brasileirão. Possui ótimos jogadores e um time bem montado por Joel Santana. Caio Júnior chega para impôr seu ritmo de trabalho e levantar a moral do grupo. Moral que até ontem estava nas alturas.

Vestido em um salto de altura impressionante, o manto rubro negro caiu de forma inesperada e vexaminosa. Um episódio inesquecível para a apaixonada torcida rubro negra. Por agora, o sonho da Libertadores acabou.
Ps: Assitam a ótima reportagem acima, as imagens dos jogadores e torcedores, mostra tudo. Sem contar as palavras ditas por Joel antes do jogo. Tudo em vão...

Duelo Tricolor

O futebol foi o mesmo de sempre. Sobra vontade, falta técnica, disposição tática e talento. Cruzamentos na área o tempo inteiro, mas curiosamente os gols saíram dos pés dos atacantes. O São Paulo prova a sua força na Libertadores e avança para as quartas-de-final, onde enfrentará outro Tricolor, o Fluminense.
O primeiro tempo foi equilibrado. A marcação do time do Nacional era muito bem feita, e sem movimentação para escapar dela, o São Paulo pouco produzia. Como de costume os cruzamentos na área eram a jogada principal, sempre procurando a cabeça de Adriano. Borges se movimentava mas nada mudava. Em alguns contra-ataques o time uruguaio ameaçou o gol de Rogério, mas Morales, o grandalhão de 1,96m, pouco fazia. Aliás, apesar do meio campo fraco do time tricolor, a zaga parece ir se ajeitando, Miranda e Alex Silva são ótimos zagueiros. Hernanes ficou apagado o jogo inteiro, tentava muitas jogadas individuais. Éder Luís era outra que não estava bem, mas num cruzamento despretencioso e contando com uma falha bizarra da zaga uruguaia, a bola chegou em Adriano. Dominou e colocou na rede. 1x0 São Paulo.

Logo no começo do segundo tempo Caballero foi expulso. Era o sinal. A classificação estava nas mãos. E foi asism o resto do segundo tempo. Entre uma e outra investida do São Paulo, o Nacional tentava marcar o gol da classificação. Em vão, pouco podia fazer Fornaroli no meio da dupla de zaga tricolor. Adriano e Borges ainda desperdiçaram algumas chances, até a entrada de Dagoberto no lugar de Éder Luís. Infinitamente mais técnico e raçudo que o substituído, Dagoberto entrou a todo vapor. Foi recompensado com o gol no finalzinho do jogo.
O duelo da semana que vem vai pegar fogo. São dois times que não vêm brilhando, mas vêm vencendo. Têm jogadas aéreas fortíssimas e jogadores decisivos. Murici disse que o São Paulo é mais competitivo, Renato diz que o Flu não é fácil de ser batido. Um jogo imprevisível. O Morumbi e o Maracanã vão tremer, o duelo de tricolores promete!

Boca devora mais um Brasileiro

Não adiantou lotar o Mineirão com mais de 60 mil pessoas, o Boca eliminou o Cruzeiro da Libertadores da América. A competência e a experiência do time argentino contaram e muito para a vitória. O Cruzeiro desperdiçou algumas chances, mas em nenhum momento ameaçou a classificação do Boca Juniors.


O Mineirão estava bonito, coberto de azul celeste. A torcida acreditava, mas não deu. Palacio e Palermo acabaram com o sonho cruzeirense. A aplicação tática argentina é de se admirar. Duas linhas de quatro jogadores muito bem postadas e um contra-ataque mortal. Essa era a proposta. Proposta certa e efetiva. Palacio num drible simplório deixou Espinoza na saudade e colocou a bola no ângulo. Num cruzamento de Dátolo, Palermo ganhou de Espinoza e ampliou o placar. Apesar de ter citado Espinoza as duas vezes, o erro não foi só do zagueiro, até por quê no primeiro gol ele estava no mano a mano. Pode-se ver na foto que Jonathan tentar chegar na cobertura mas já era tarde.

As chances do Cruzeiro não foram muitas. Charles e Marcelo Moreno perderam chances no primeiro tempo que poderiam ter mudado a partida. O time não conseguia passar da barreira formada pelo Boca, o troca de passe que faziam na frente da intermediária argentina era inofensiva, e só entravam na área por meio de chutões. No segundo tempo o Cruzeiro voltou com uma disposição maior ainda; mas com pouco organização. Wagner parecia ter acordado e Ramirez (o melhor jogador do elenco ao lado de Moreno) continuava com sua correria impressionante. O Cruzeiro chegou ao gol num cruzamento dentro da área e num bate rebate Wagner emendou um belo voleio.

Apesar de diminuir o placar, o Cruzeiro não fez mais que isso. Marcelo Moreno colocou uma bola na trave e Palermo, como sempre, perdeu um gol incrível! Uma pena a desclassificação, perder um time como o Cruzeiro, ainda mais eliminado por um argentino como o Boca, acho que dói em qualquer brasileiro (exceto Atléticanos). O time argentino fica em situação delicada no restante da competição, já que não disputa mais jogos na Bombonera (devido a uma pedra jogada no bandeirinha no jogo de ida). O adversário nas quartas será o Atlas, membro do grupo da fase preliminar do Boca. O time mexicano venceu em casa por 3x1 e perdeu na Argentina por 3x0. Ao Cruzeiro resta o Brasileirão; a perda de jogadores é inevitável e o primeiro parece ser Marcelo Moreno. Manchester e Shaktar estão de olho.
Pois é, parece que realmente somos fregueses desse time argentino. Impressionante a estatística que eles têm contra nós. São 7 jogos em mata mata e 7 classificações. Cinco desses 7 jogos foram decididos no Brasil! Se houver outro confronto entre Boca e Brasil esse ano, provavelmente será decidido por aqui; e certamente será numa final.
Você duvida que o Boca chegue lá?! Pense bem.
Pensou?
Pense mais uma vez...

Vaias e História, Verde e Grená

Na terça feira que se passou o Fluminense venceu o Atlético Nacional de Mendellín por 1x0 no Maracanã. O jogo foi marcado pela revolta da torcida com a atuação abaixo da média e ao mesmo tempo pelo feito histórico do clube, que pela primeira vez na história chega as quartas da Libertadores.
A atuação do Tricolor foi bem abaixo da expectativa; aliás não só da expectativa, mas das possibilidades do elenco do Fluminense. Na entrevista coletiva dada por Renato Gaúcho ao final da partida o técnico dizia que "alguns jogadores não estão rendendo o que podem render", referindo-se a quase metade do time. Poderíamos apontar, Washington (7 jogos sem marcar), Thiago Neves (desde o 4x1 contra o Flamengo desapareceu o seu talento), Gabriel (se preocupa mais em pedalar do que cruzar) e Dodô (o único que se safa, pois acaba de voltar de contusão).
Num jogo onde a falta de talento e pontaria dos colombianos foram essenciais para vitória Tricolor, o destaque foi o zagueiro Roger. Completando 100 jogos com a camisa verde e grená, o jogador foi o autor do gol da histórica classificação para as quartas-de-final da Libertadores. Exemplo de pessoa e profissional, Roger já é tido como ídolo pela torcida Tricolor. O gol saiu de um cruzamento de Thiago Neves, jogada marcante nos jogos do Flu.

Outro destaque da partida foi a torcida. Com mais de 30 mil presentes em plena ''hora do rush'' (18:30hrs) a torcida vaiou o time durante boa parte do jogo. A atuação era merecedora de vaias, o time abusava dos passes errados e dava muitas chances ao ruim time colombiano. No final do primeiro tempo, a torcida se irritou e os jogadores voltaram para o vestiário sob vaias. Na volta para a etapa complementar o time voltou melhor, mais disposto pelo menos. Os erros continuavam, mas a vontade era evidentemente maior. O prêmio foi o gol de Roger. Renato subsitituiu Washington, Thiago Neves e Gabriel, todos saíram vaiados.
Apesar da atuação ruim o Fluminense foi para as quartas-de-final, já está entre os 8 melhores times da América. Não perdeu e sequer levou um gol em casa durante a competição. Mesmo com esse bom retrospecto é melhor o técnico abrir o olho, o padrão de jogo do time ainda não está encaixando e as atuações vêm deixando a desejar. Mas, por agora, o que vale é a classificação, então: Parabéns ao Tricolor.