terça-feira, 2 de setembro de 2008

Bola Fora

Thiago Neves, hoje no Hamburgo, assinou um pré-contrato com o Palmeiras onde se comprometia ao fim do ano, se apresentar no Parque Antártica. Arrependido do que tinha feito, Neves voltou atrás e assinou sua renovação com o Fluminense. Dois contratos assinados no mesmo ano. Falta de maturidade e assessoria. Semana passada, Thiago Neves embarcou para Alemanha após falar que gostaria de ficar no Fluminense e aceitar a proposta do gerente do futebol tricolor, Branco. Segundo informações de dentro do clube, Thiago tinha assinado um termo de compromisso que dava liberdade aos empresários do grupo Sonda (detentores de seus direitos) a negociar sua transferência. Sendo assim, mesmo com uma proposta mais alta que a do clube alemão, o Fluminense ficou sem o melhor meia do futebol brasileiro.

Primeiro de setembro, vinte e três horas e alguns minutos, Madrid. Um dos maiores clubes do mundo, o Real Madrid anuncia a venda de uma de suas maiores e mais insatisfeitas estrelas, Robinho. O destino? O milionário e ascendente Manchester City. Durante dias uma batalha entre clube, jogador e empresário foi travada. Quem mais saiu ganhando foi o empresário, outra vez. A transação saiu no valor de £40 milhões e beneficiou, além do empresário, o clube, pois pagou em 2002, £30 milhões. O principal interessado na negociação foi o que saiu perdendo. Robinho vai ser coadjuvante no cenário mundial. Atuando pelo City, terá apenas a Premier League e a pouco importante Copa da UEFA. Se na coletiva da semana passada, Robinho reclamava que foi colocado em segundo plano, pelo fato de o Real querer contar com C. Ronaldo nessa temporada, agora, além do seu ex-clube, toda a imprensa irá deixar Robinho em segundo plano.


Dois jogadores com futuros brilhantes, em situações confusas. Talentos desperdiçados por uma assessoria mal feita e muitas vezes tendenciosa. Ambos têm lugar nos maiores times do mundo, mas vão atuar no segundo escalão do futebol europeu. Contas bancárias gordas, empresários felizes e times inexpressivos. Thiago Neves podia jogar nos grandes times da Espanha, Itália ou Inglaterra; pior Robinho, jogava num dos maiores do mundo, e mudou para um mediano. A inexperiência pesa nessas horas. A famosa malandragem do jogador brasileiro parece sumir nesses momentos, 'transferidas' (!) para seus empresários. Que pena. Hoje o dinheiro fala mais alto.

Partiu. Parou. Bateu. Gol.

Bola na cal. Partiu para o chute. Parou. Goleiro caiu. Já era. Bola na rede.


Não resta dúvida, acaba sendo uma covardia contra o goleiro, mas quem disse que é preciso jogar limpo na hora da cobrança? A infração máxima do futebol é o pênalti, normalmente cometido com o intuito de impedir o gol adversário; logo o direito do time favorecido cobrar um tiro livre direto.


Sou completamente a favor da paradinha. Não vejo problema na finta contando que o intuito seja o gol, não o desprezo pelo adversário. Podemos levar a discussão pelo mesmo lado do drible da foca. Se o drible for feito com o intuito de chegar ao gol adversário, passar pelo defensor ou qualquer outro objetivo visando o gol, ponto para o Kerlon. Se é um drible “impossível” de evitar, azar dos defensores; terão que arranjar uma maneira, não faltosa, de impedir Kerlon de passar.
O mesmo cabe para a paradinha. A intenção tem que ser o gol. No último e confuso comunicado da Comissão de Arbitragem Nacional, a paradinha é permitida desde que o juiz não a interprete como um ato anti-esportivo. Ou seja, é permitida, mas não é. No resumo das coisas, a Comissão diz permitir a paradinha. Só não pode passar o pé por cima da bola.



Cabe agora aos goleiros inventar novas maneiras de ludibriar o cobrador. Seja ficando parado no centro do gol, seja adiantando alguns passos. Já que é permitida a paradinha, o mesmo deve acontecer com a adiantada do goleiro.