domingo, 10 de agosto de 2008

Com um sorriso no rosto

Depois de passar parte da madrugada acordado para acompanhar o desempenho dos atletas brasileiros em Pequim, acordei as 6 horas da manhã para ver a seleção de futebol masculino jogar. Nem sequer levantei da cama, somente liguei a TV e pensei comigo: "Se o primeiro tempo for aquele mesmo futebol da estréia, volto a dormir".
Logo aos três minutos tive que, pelo menos ficar sentado; Brasil 1 x 0 Nova Zelândia. O esquisito gol de Anderson me acordou, e mesmo sabendo que o Brasil iria ganhar, outra coisa me chamava mais atenção. O semblante de Ronaldinho. Por ser o maior jogador que já vi em atividade, presto atenção em todo e qualquer movimento dele em campo. Dessa vez, diferentemente dos jogos anteriores, ele me deixou um pouquinho mais feliz. Mesmo caminhando demais algumas vezes, o camisa dez voltou a fazer seus lances geniais e a dar aquelas famosas arrancadas que o consagraram. Durante alguns momentos, vi aquele lendário jogador que já vestiu a 10 do Barcelona. Ainda falta muito para Ronaldinho voltar a ser tudo que foi, pode ser que nem volte, mas só de ver aquele sorriso no seu rosto, já pode-se saber que coisa boa estar por vir. A alegria que ele demonstrou na comemoração do seu primeiro gol foi de arrepiar.
O futebol do craque vai se encontrando aos poucos, da mesma maneira que o time de Dunga. Marcelo mostrou hoje (mais uma vez) que não tem nenhum lateral esquerdo melhor que ele. Cruza, chuta, dribla e até defende bem. Os volantes chegaram um pouco mais ao ataque e o time se movimentou mais. Todos vão dizer que é contra a Nova Zelândia, realmente, é uma seleção fraquíssima; mas nada como um bom sparring para trazer de volta o sorriso de um craque. Quem sabe daqui pra frente isso só evolua e possamos sonhar com resultados melhores.

No fim das contas, não voltei a dormir. A seleção, apesar de diminuir muito o ritmo no segundo tempo, melhorou muito e me chamou a atenção. No final das contas foi até melhor, pois não perdi o magnífico desempenho das nossas meninas na Ginástica Olímpica. Se eu fiquei feliz com o sorriso do Ronaldinho, imagine com o choro e a emoção das nossas ginastas. Foi de arrepiar, histórico. Acabei mais um dia olípmico tendo a certeza de que vale pena perder várias horas de sono, afinal, só acontece de quatro em quatro anos....



Até tu, Brutus?

A minha esperança de ver um bom futebol brasileiro nas Olimpíadas vai cada vez mais diminuindo. Primeiro foi a estréia nervosa entre, Brasil e Alemanha (0x0) no feminino, depois o terrível jogo entre Brasil e Bélgica(1x0) no masculino. Desde o começo a confiança no time feminino foi maior, mas pelo futebol apresentado nos dois primeiros jogos, essa confinaça não foi justificada. Já pelo time dos meninos, foi aquela apatia de sempre; caracterítica dos times do pseudo-técnico Dunga.
Na estréia das meninas o nervosismo é perdoável. Foi uma reedição da final do Mundial de 2007 e o time alemão é muito bom. As brasileiras se mostraram bastante anciosas e erraram muitos passes. A defesa, por incrível que pareça, foi a mais requisitada durante a partida e ainda assim, pouco falhou. O ataque, normalmente o grande destaque do time, não foi efetivo; vide o placar. Marta muito bem marcada, fez poucas jogadas, assim como Cristiane. Além da boa marcação alemã, a falta de aproximação das jogadoras brasileiras fez com que o time não rendesse o esperado. A esperança era que no segundo jogo, contra a Coréia do Norte, essa aproximação e entrosamento voltasse e junto com isso o futebol que tanto nos encantou nos últimos anos. Mas não aconteceu. Por um misto de sorte e incompetência adversária, o time brasileiro mesmo sofrendo pressão, abriu e ampliou o placar. A 'grande' goleiro coreana deu belo passe para Daniela Alves marcar, e logo depois foi tão lenta que Marta se antecipou e marcou o segundo. Depois disso, pouco se viu. Mesmo vencendo, o nervosismo foi o destaque do jogo. Marta mostrou-se descontrolada em maior parte do jogo. Agora fica a esperança de que no terceiro jogo contra a Nigéria um futebol mais vistoso seja apresentado.


Pelo lado masculino, foi a decepção de sempre. Um destaque maior para a decepção com Ronaldinho. A falta de movimentação nos primeiros amistoso é totalmente compreensível, mas em plenos Jogos Olímpicos? O mínimo que poderia se ver é movimentação. Mas nem isso, nem de Ronaldinho nem do time todo. Talvez pela inoperância de todo o time, poderíamos perdoar a atuação ruim do craque a camisa 10. Mas como um todo o time foi mal. Um destaque apenas para o lateral Marcelo que está jogando fácil, precisa contar mais com a movimentação de Ronaldinho e Pato para as jogadas darem certo. Rafinha apareceu pouco, mas também mostra habilidade na hora de apoiar. O maior defeito do time é possuir 3 ótimos volantes e somente um, ou nenhum deles aparecer no ataque. Anderson e Lucas ficaram quase todo o jogo protegendo a zaga, pouco foram ao ataque. O único que apoiou bastante foi Hernanes, não é à toa que fez um belo gol. No próximo jogo contra a Nova Zelândia, a única esperança que resta é de Ronaldinho pelo menos se movimentar. Se o talento dele voltar a sorrir, já temos meio caminho andado. Antes depender do talento dos jogadores, do que da competência de um técnico. Ainda mais do nosso.