Depois de passar parte da madrugada acordado para acompanhar o desempenho dos atletas brasileiros em Pequim, acordei as 6 horas da manhã para ver a seleção de futebol masculino jogar. Nem sequer levantei da cama, somente liguei a TV e pensei comigo: "Se o primeiro tempo for aquele mesmo futebol da estréia, volto a dormir".
Logo aos três minutos tive que, pelo menos ficar sentado; Brasil 1 x 0 Nova Zelândia. O esquisito gol de Anderson me acordou, e mesmo sabendo que o Brasil iria ganhar, outra coisa me chamava mais atenção. O semblante de Ronaldinho. Por ser o maior jogador que já vi em atividade, presto atenção em todo e qualquer movimento dele em campo. Dessa vez, diferentemente dos jogos anteriores, ele me deixou um pouquinho mais feliz. Mesmo caminhando demais algumas vezes, o camisa dez voltou a fazer seus lances geniais e a dar aquelas famosas arrancadas que o consagraram. Durante alguns momentos, vi aquele lendário jogador que já vestiu a 10 do Barcelona. Ainda falta muito para Ronaldinho voltar a ser tudo que foi, pode ser que nem volte, mas só de ver aquele sorriso no seu rosto, já pode-se saber que coisa boa estar por vir. A alegria que ele demonstrou na comemoração do seu primeiro gol foi de arrepiar.
O futebol do craque vai se encontrando aos poucos, da mesma maneira que o time de Dunga. Marcelo mostrou hoje (mais uma vez) que não tem nenhum lateral esquerdo melhor que ele. Cruza, chuta, dribla e até defende bem. Os volantes chegaram um pouco mais ao ataque e o time se movimentou mais. Todos vão dizer que é contra a Nova Zelândia, realmente, é uma seleção fraquíssima; mas nada como um bom sparring para trazer de volta o sorriso de um craque. Quem sabe daqui pra frente isso só evolua e possamos sonhar com resultados melhores.
No fim das contas, não voltei a dormir. A seleção, apesar de diminuir muito o ritmo no segundo tempo, melhorou muito e me chamou a atenção. No final das contas foi até melhor, pois não perdi o magnífico desempenho das nossas meninas na Ginástica Olímpica. Se eu fiquei feliz com o sorriso do Ronaldinho, imagine com o choro e a emoção das nossas ginastas. Foi de arrepiar, histórico. Acabei mais um dia olípmico tendo a certeza de que vale pena perder várias horas de sono, afinal, só acontece de quatro em quatro anos....