quinta-feira, 15 de maio de 2008

São Paulo sai na frente

No primeiro jogo das quartas-de-final entre São Paulo e Fluminense, o tricolor paulista largou na frente. Com um gol de Adriano, o São Paulo leva para o Rio a vantagem de jogar por um empate, e pode até perder por um gol, contanto que faça um no Maracanã.

O suspense do jogo começou logo nas escalações. Murici não tinha confirmado a presença de Jorge Wagner, e Renato não tinha confirmado a de Dodô. Acabou que Jorge Wagner não jogou e Dodô foi a campo. O técnico do Flu optou por sacar Conca e colocar o atacante, no intuito de preencher o meio campo com Arouca e Cícero, e sair na velocidade com Thiago Neves. Opção errada. Murici, inteligentemente, escalou o São Paulo com três zagueiros, com Zé Luís fazendo a cobertura de Alex Silva e Miranda. Fábio Santos foi escalado para anular Thiago Neves, e os zagueiros anularem os dois centroavantes, Dodô e Washington. Opção correta de Murici.


A pressão são paulina nos primeiros minutos foi avassaladora. O time do Fluminense não passava do meio campo. Thiago Neves apanhava da bola, quando conseguia domina-la, Fábio Santos estava na sua cola. Com Adriano em noite inspirada, o São Paulo não demorou muito para assustar os cariocas. Depois de tabela com Dagoberto, Adriano soltou um balaço em direção ao gol de Fernando Henrique que defendeu de forma esquisita. A 'blitz' não parou por aí, e aos 19 minutos depois de uma falha conjunta da defesa (Gabriel -errou ao centralizar demais na marcação-, Ygor-errou na cobertura de Gabriel- e Fernando Henrique-errou pela 3° vez seguida ao espalmar uma bola pro meio da área-.) Dagoberto chutou, o goleiro espalmou e Adriano só empurrou pras redes. No primeiro tempo, o tricolor paulista ainda podia ter feito mais gols, não aproveitou a superioridade e foi pro intervalo com o 1x0.

No segundo tempo, Renato Gaúcho insistiu na escalação e voltou sem modificações. Murici fez o mesmo, mas a postura dos dois times mudou. O Fluminense ficava mais com a bola no pé e tentava impôr o seu ritmo de jogo, e o São Paulo esparava o Flu em seu campo. Poucas eram as vezes em que a marcação do São Paulo ocorria na frente da zaga Tricolor. Apesar de ficar muito mais tempo com a bola, o Flu não tinha velocidade nem volume de jogo para penetrar a boa marcação imposta pelo time de Murici Ramalho. Fábio Santos não deixava Thiago Neves jogar, Washington e Dodô eram nulos no ataque, e Gabriel e Júnior César estavam mais preocupados em marcar do que atacar; dessa maneira os ataques do Fluminense eram escassos.

Na metade do segundo tempo Renato Gaúcho tentou se redimir e tirou um péssimo Thiago Neves (deu somente um chute perigoso ao gol e mais nada) e colocou o argentino Darío Conca. O meio campo do Flu ganhou em velocidade e disposição. Correndo e lutando bastante, Conca mudou a cara do meio campo do Flu, mas ainda era pouco, somente ele não tinha como penetrar a zaga são paulina. Num dos pouquíssimos ataques dos paulistas, Roger falhou e Adriano tocou para Dagoberto que chutou por cima. Mais uma importantíssima chance perdida. Daí pra frente o resultado parecia satisfatório para ambas as equipes. Num belo lance, o argentino Conca ainda tentou marcar o seu mas não foi possível.


A força e a raça do São Paulo venceram a técnica e a lentidão do Fluminense. A força estava expressa em Adriano. Não perdeu uma bola sequer no alto, dominava todas. Numa disputa de bola com Roger, jogou o experiente zagueiro longe. A raça de Richarlyson (compensou a má fase técnica com muita vontade) e do restante da zaga paulista era impressionante, não existia bola perdida. Tudo isso para compensar uma falta de técnica explícita. Além disso o número de faltas do time do São Paulo é muito alto; com a complacência do árbitro Oscar Ruiz (atuação ruim) achou mais uma brecha para encaixar seu esquema de jogo. Na maioria das jogadas o São Paulo procurava Adriano pelo alto, seja em cruzamentos na área ou em longos lançamentos vindos do próprio campo. Com seu porte, o atacante dominava a bola e (por incrível que pareça) organizava o jogo.

Constrastando com a vontade do São Paulo, a apatia do time carioca no primeiro tempo por pouco não lhe custou mais caro. Completamente dominado pelo mandante nos primeiros minutos de jogo, o Fluminense se safou de ter a vaga quase que perdida no primeiro jogo. Levar somente um gol foi um resultado bom para a atuação do time. Thiago Neves, Washington e Dodô continuam devendo. O 'chilique' que o camisa 10 deu ao sair substituído por Conca foi ridículo. Compreensível, mas ridículo. O estilo de jogo muito mais técnico do Flu ficou evidente no segundo tempo quando o time tentava tocar mais a bola. Porém para ultrapassar a zaga do São Paulo é necessário, além de muita técnica, vontade e raça.

O resultado do primeiro jogo não foi nada fora do previsto, por isso, o São Paulo continua favorito. Tem mais experiência em competições como a Libertadores, possui um time mais brigador e a melhor defesa da competição. Alex Silva e Miranda estão afinados. Dagoberto e Adriano continuarão a deixar a defesa carioca preocupada. A classificação está mais perto do Morumbi.
Pelo lado do Fluminense as condições são mais complicadas. O clube possui jogadores de ótima técnica e talentosos, mas não basta só isso. O Tricolor das Laranjeiras vai ter que jogar muita bola. Somente se superando o resultado poderá ir para o Rio de Janeiro. A torcida deve comparecer em peso, como fez no Morumbi (sobrepondo-se por diversas vezes a voz dos 60 mil são paulinos presentes), para apoiar o time de Renato Gaúcho.

Confira o gol de Adriano.

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