Isso mesmo, colírio para os olhos. Assim pode ser definido o que se viu no estádio Anfield Road, em Liverpool. Um jogasso de bola, digno de um clássico valendo classificação para a semi-final. Uma partida com vários personagens. Em um momento o time da casa se classificava, em outro o Arsenal se classificava e foi assim até aos 47 minutos do segundo tempo. Para quem perdeu o jogo, fica o lamento. Com certeza foi até aqui o melhor jogo da atual edição da Liga dos Campeões. Agora teremos mais um clássico inglês, Chelsea e Liverpool. Tomara que os bons jogos continuem para a felicidade de todos.
O Liverpool jogava pelo empate e o Arsenal precisava vencer. E os Gunners não esperaram muito tempo e com o apito dando início a partida, foi para cima. Com um toque de bola envolvente, velocidade e muita disposição o clube londrino chegava com perigo ao gol de Reina. O jovem espanhol, Fábregas, comandava o meio campo, mas quem fazia uma partidassa era Diaby. E ele foi uma surpresa, já que todos esperavam pela entrada de Van Persie e assim seria um time mais ofensivo. Wenger preferiu o meia defensivo e parecia até ali ter feito o certo. E os dois melhores jogadores do Arsenal em campo fizeram bonito logo. Com um passe açucarado, Fábregas colocou Diaby na grande área. O francês conduziu a bola e chutou entre Reina e a trave. A torcida da casa então se calou. O time londrino era melhor em campo. O Liverpool, também com surpresas já que colocou um time ofensivo com um trio de ataque, não se encontrava, sentia a falta de mais um meia e do seu principal jogador do setor, Gerrard. Depois do gol o Arsenal teve chance de ampliar mas não aproveitou. Nesse primeiro momento, Diaby era o personagem do jogo. Mesmo jogando mal os Reds encontraram um gol salvador. E ai começou a aparecer o segundo personagem do jogo, Gerrard. Em escanteio, o meia colocou a bola na cabeça de Hyypiä. O zagueiro testou firme a bola no ângulo de Almunia. Agora o jogo se invertia, o Arsenal sentiu o golpe e o Liverpool começou a tomar conta da partida. Ainda mais embalados pelos torcedores que voltavam a cantar. Nesse momento o jogo se encaminhava para a prorrogação.
O segundo tempo começava e parecia que ia ser mais morno que o primeiro tempo. Mas o jogo era muito corrido, o Liverpool tinha mais posse de bola, mas não assustava. Num lance que parecia que não ia dar em nada, a bola chegou nos pés de Fernando Torres, que por sinal fazia uma partida apagadíssima, ele girou em cima de Senderos que ficou só olhando o jovem espanhol bater com categoria e virar o jogo. Era o mais novo personagem dessa trama. Os Reds estavam classificando. Aí os Gunners se perderam de vez, não conseguiam uma sequência de passes, sem contar que na segunda etapa, Fabregas, Diaby e Adebayor pararam de jogar. Além disso o Liverpool parecia que podia marcar a qualquer hora. Apareceu então, Walcott que havia entrado no lugar de Eboué. A promessa do futebol inglês fez uma jogadassa, um lance muito bonito. Ele pegou a bola na sua própria intermediária, arrancou com velocidade passou por quatro marcadores, deixando Mascherano no chão e cruzou para Adebayor empatar o jogo e deixar a vaga para Londres. Coloquem ai na ficha mais esses dois personagens. Definido? Jamais. A TV voltava na tentativa de mostrar a saida de bola, mas apenas pegou Babel (entrou no lugar de Crouch) sendo derrubado dentro da área. Era ele, esse jovem holandês o protagonista do jogo. Mais tarde ele aparecerá novamente. O pênalti foi cobrado por um velho personagem, Gerrard. Ele converteu e assumiu a vice-artilharia da competição. O Arsenal tentou ir para cima de qualquer jeito, mas não conseguia fornecer perigo ao gol de Reina. O jogo ia se encaminhando para o final quando em lançamento, ele, Babel matou a bola, deixou Fábregas na saudade e bateu na saída de Almunia. Eram 4 a 2, caixão londrino lacrado e classificação assegurada. A festa no final foi de arrepiar e a torcida cantava o "hino" "You´ll never walk alone" no Anfield Road.
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